
Congresso CBAC
O 50º Brazilian Congress of Clinical Analysis (CBAC) acontece de 15 a 18 de junho de 2025, no Expo D. Pedro, em Campinas-SP, e celebrará meio século de trajetória reunindo farmacêuticos, biomédicos, médicos patologistas, gestores de laboratório e fornecedores. Mais do que comemorar a data, o evento mantém seu caráter cirúrgico: expor de forma franca os problemas que ainda travam a rotina laboratorial brasileira, do pré-analítico frágil à pressão regulatória crescente.
1. Os desafios que insistem em bater à porta do laboratório
- Erro pré-analítico – Estudos mostram que 60%–70% dos erros laboratoriais surgem antes da fase analítica: identificação incorreta do paciente, troca de tubos e transporte inadequado. Cada falha impacta custo, tempo de resposta (TAT) e, sobretudo, segurança do paciente.
- Pressão regulatória e reputacional – A acreditação (ISO 15189, DICQ, PALC) exige rastreabilidade total e evidências de controle; qualquer deslize gera não-conformidades e afeta contratos com planos de saúde.
- Escassez de tempo e talentos – Margens comprimidas e equipes reduzidas dificultam manter processos rígidos sob monitoramento contínuo. O resultado é um ciclo de retrabalho que consome ainda mais recursos.
2. Por que o CBAC 2025 é estratégico para enfrentar esses gargalos
A programação foi desenhada justamente para tensionar esses pontos de dor. Entre os destaques estão:
- Workshop “Excelência em POCT” (16/6, Controllab) – Demonstra, passo a passo, como evitar desvios em testes à beira-leito e manter rastreabilidade, tema crítico para laboratórios que externalizam coletas.
- Fórum de Proprietários de Laboratórios – Debate modelos de negócio sustentáveis, automação de processos e indicadores que realmente importam para o balanço.
- Painel “Laboratórios Inteligentes: IA em ação” (17/6) – Explora como algoritmos podem reduzir eventos adversos e acelerar decisões clínicas com base em dados confiáveis.
Em todos os casos a pergunta-guia é a mesma: como ganhar visibilidade granular sobre cada amostra, cada processo e cada custo.
3. Rastreabilidade em foco: problemas visíveis graças ao eTrack
Na linha de frente das coletas, a falta de dados confiáveis continua sendo fonte de retrabalho e reclamações de auditoria. O eTrack, da Greiner Bio-One, vem atraindo a atenção justamente por atacar esses gargalos:
- Registro imediato de item, lote e validade – Tubos fora do prazo são bloqueados no ato da coleta, evitando descartes posteriores.
- Sequência obrigatória de tubos – Reduz a maior causa de não-conformidade pré-analítica sem depender de treinamento exaustivo.
- Integração LIS/CSV – Fecha o ciclo de rastreabilidade e simplifica auditorias ISO 15189.
O interesse cresce porque a discussão do CBAC deixa claro que sem rastreabilidade real-time não existe KPI sustentável.
4. Comunidade viva: trocas de conhecimento e experiências
O congresso possibilita que profissionais de diferentes regiões e especialidades possam se reunir, trocar conhecimentos e experiências, e fortalecer as redes de contato.
5. Como o profissional pode tirar proveito imediato
- Mapeie seus próprios “pontos de dor” antes de viajar (taxa de rejeição, TAT, não-conformidades). Assim, cada palestra vira um fórum de solução para um problema específico.
- Priorize trilhas de pré-analítica e automação: entregam ganhos imediatos que impactam tanto segurança do paciente quanto margem operacional.
- Procure colegas que já digitalizaram a coleta: estandes de soluções como o eTrack expõem dashboards de ROI ideais para convencer a diretoria.
- Entre nas rodadas de troca com perguntas concretas: quanto mais detalhado o seu case, maior a chance de voltar para casa com um “atalho” validado.
- Retorne com um mini-projeto: checklist digital + indicador de erro por filial, por exemplo, para discussão na primeira reunião de qualidade pós-congresso.
6. Além do evento: da discussão à implementação
O CBAC sempre foi o termômetro da evolução laboratorial brasileira. Em 2025, o termômetro aponta febre alta — cobrança por rastreabilidade total, pressão regulatória e margens comprimidas. Quem participar levará não só ideias, mas contatos e comunidades ativas capazes de destravar a execução, transformar relatórios em indicadores vivos e validar resultados na prática.
Para o gestor que ainda convive com planilhas dispersas, amostras extraviadas e auditorias temidas, o primeiro passo continua sendo tornar o problema visível. O CBAC 2025 entrega a lupa — e uma sala cheia de profissionais dispostos a mostrar onde já tropeçaram para que você não repita o erro.
Leonardo Lippel Rodrigues
Gerente de Inovação e Tecnologia