Integração eTrack
No meu dia a dia de pré-analítico, vejo a mesma cena se repetir: os sistemas até “existem”, mas não se falam direito. A decisão atrasa, a equipe improvisa, o paciente sente. Antes de falar de solução bonita, quero expor onde está o problema:

Onde está o atrito (e o que te faz perder tempo e paciência)
- Informação picotada: recepção olha um sistema, coleta olha outro, triagem olha um terceiro. Cada um enxerga um pedaço do filme e ninguém vê o roteiro inteiro.
- Repetição boba: dados digitados no LIS (Laboratory Information System) e depois reescritos em planilha ou outro sistema. A consequência é erro e retrabalho.
- Status atrasado: o pico da manhã só “aparece” quando a fila já estourou. Decisão reativa, nunca preventiva.
- Integração frágil: jobs noturnos que somem, API sem retentativa, arquivo CSV/XML que não bate com layout, e por aí vai.
- Conformidade e trilha: cobrar a equipe de padronização sem ter rastro confiável para RDC 786/23 e RDC 978/2025 é pedir para sofrer em auditoria.
- Convênios e autorizações: cada portal com um jeito. Sem padrão TISS (Troca de Informações em Saúde Suplementar – “língua oficial” com operadoras), vira telefonema e print de tela.
O papel do eTrack: um tradutor e organizador
Quando eu falo de eTrack, eu não estou falando para você trocar o que já funciona. Eu uso o eTrack como um tradutor que faz os sistemas conversarem sem crise. Ele capta eventos da pré-analítica — etiqueta, coletador, paciente, insumos (item, lote, validade), horários, rejeições, satisfação — e entrega para os sistemas que você já tem: LIS, HIS (Hospital Information System – “sistema do hospital”), ERP (Enterprise Resource Planning – “sistema de gestão da empresa”), data lake/DWH e até portais de operadoras quando há interface.
Onde a integração costuma falhar
- Campo sem dono: “quem manda no ID do paciente?” Sem contrato de interface e dicionário de dados, cada lado inventa o seu.
- Tudo em lote: se a informação só corre às 23h, a manhã seguinte nasce atrasada. Eu empurro evento em tempo real quando o processo exige reação.
- Padrão ignorado: FHIR/HL7/TISS (todos com “manual de montagem”). Se cada time “interpreta” do seu jeito, a integração vira gambiarra. O certo é padronizar entrada/saída e versionar mapeamentos.
O que muda no seu dia a dia (sem trocar seu LIS/HIS/ERP)
- Fim do “alt+tab” infinito: etiqueta sai certa, evento de coleta sobe na hora, status volta para o sistema mãe.
- Gestão “agora”: todo escaneamento gera webhook para o BI. O pico não te surpreende, você antecipa.
- Trilha para RDC 786/23 e RDC 978/2025: quem, quando, onde, qual lote/validade — pronto para auditoria.
- Menos reconciliação com convênios: onde houver interface TISS, é organizado a ida/volta das informações; onde não houver, pode ser definido um caminho controlado (CSV/XML assinado numa zona segura).
Seguem exemplos rápidos de “qual o problema → como eu resolvo com o eTrack“
- “Meu dashboard sempre mostra ontem.” Cada leitura de código de barras vira evento em tempo real para o seu data lake. O gráfico reflete o chão de coleta em minutos, não em D+1.
- “Auditoria batendo na porta.” Log imutável, perfis por papel, minimização/anonimização onde cabe (LGPD). Você mostra o rastro em dois cliques.
Como trabalhamos para desenhar novas integrações (passo a passo)
- Entender o fluxo diretamente com o cliente (na operação): conversamos com quem faz (recepção, coleta, triagem, TI) e mapeamos do começo–meio–fim, exceções e sistemas envolvidos.
- Desenhar o workflow a partir do fluxo atual + necessidades específicas: junto com o time do cliente, rascunhamos o processo alvo (o “como deveria ser”), definimos o que vai e o que volta entre eTrack, LIS/HIS/ERP e convênios, e fechamos um contrato simples de dados/regras.
- Programar e testar antes de ir para produção: a equipe de desenvolvimento faz toda a programação e executa todos os testes (unitários, integrados e homologação com massa realista). Só depois disso fazemos o go‑live assistido.
Se o seu laboratório está vivendo de remendo, a culpa não é do usuário que não segue processo. É da informação que não chega no lugar certo, na hora certa, do jeito certo.
É exatamente aí que usamos o eTrack: para fazer os sistemas conversarem e a operação respirar.
Leonardo Lippel Rodrigues
Gerente de Inovação e Tecnologia